Vargas e
outros membros de seu governo usaram a propaganda para conquistar a simpatia
popular. Essa estratégia foi comum a diversos ditadores nas décadas de 1930 e
1940, como o argentino Perón, italiano Mussolini, o alemão Hitler e o soviético
Stalin.
Desde 1931, a
propaganda de governo no Brasil era feita pelo Departamento Oficial de
Propaganda, que em dezembro de 1939 foi
substituído pelo Departamento de Imprensa e
Propaganda (DIP). Os funcionários deste órgão, ligado à presidência da
República, coordenavam a propaganda oficial e censuravam os trabalhos
artísticos – como discos, filmes e peças teatrais – e os meios de comunicação
de massa – como rádio e jornais. No DIP, eram feitos e distribuídos milhares de
cartazes que apresentavam Vargas como “salvador da Pátria”.
Os técnicos do
DIP produziam também o programa “Hora do
Brasil”, que as rádios de todo país eram obrigadas a transmitir. Nele o
governo divulgava suas realizações (nunca erros ou fracassos), embora nem todos
os brasileiros parecessem interessados nisso. O Hora do Brasil também era chamado de “Hora do desliga” ou “ O Fala Sozinho”, já que muita gente desligava seus aparelhos no
horário das transmissões. Atualmente, o substituto desse programa é A voz do Brasil.
A arte e a ditadura
Getúlio Vargas
fazia o possível para que intelectuais e artistas colaborassem a favor da
ditadura que ele comandava. Foi apoiado por várias pessoas, como o poeta
Cassiano Ricardo, o sociólogo Oliveira Viana e o jurista Pontes de Miranda. Na
música popular, o governo encomendava canções com letras favoráveis à sua
política a compositores famosos, como Ataulfo Alves, Wilson Batista e Benedito
Lacerda.
Em 1943,
Getúlio completou 60 anos de idade, com uma comemoração que acabou se tornando
pública. Em homenagem ao aniversário do ditador, Benedito Lacerda e Darci de
Oliveira compuseram o samba Salve 19 de
abril, que foi gravado por Dalva de Oliveira, uma das cantoras mais
célebres da época.
A propaganda
do governo difundia a ideia de que os operários viviam melhor depois da
instalação da ditadura de Vargas. Mas, às vezes, os artistas conseguiam escapar
da vigilância dos censores do DIP e gravavam canções discordando dessa ideia.
Dircinha Batista, famosa cantora do rádio da década de 1940, cantava músicas
sobre as dificuldades que os trabalhadores enfrentavam todos os dias, como Sete e meia da manhã, de autoria de
Pedro Caetano e Claudionor Cruz, composta em 1945.
Estou tão cansada
De ouvir todo dia
A mesma toada
O apito da fábrica a me chamar
Levanta da cama e vem trabalhar
Mas que viver desesperado!
boa pesquisa. colocar a fonte da pesquisa.
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