domingo, 30 de março de 2014

A música na Era Vargas - Luiz Alexandre S.C Santos

A partir das estratégias formadas pelo governo para disciplinar a sociedade, para que fosse criada uma identidade nacional, a cultura popular ficou cada vez mais forte.  Através do samba, capoeira, futebol e outros a população deu inicio a manifestações que consolidaram de vez essas atividades culturais. O cenário cultural brasileiro durante “A Era Vargas” foi marcado por uma rica variedade de manifestações e a consolidação de outras novidades na nossa história. No tempo em que Vargas esteve à frente do país explorava essas atividades culturais a fim de conseguir aliados.
O samba foi uma dessas atividades culturais, gênero musical mais prestigiado pela população brasileira, acompanhava atentamente o comportamento do governo e as grandes vozes da época como, Carmem Miranda lançavam marchinhas que faziam criticas a esse comportamento aculturado imposto a sociedade. Com a forte estimulação das rádios, grande meio de comunicação utilizado na época, as músicas que parodiavam o governo Vargas atingiam cada vez mais a população, gerando o poder de dúvida sobre a atuação de Vargas na política.
Para controlar a disseminação da oposição, Vargas começou a dominar a liberdade dos artistas, pois não permitia que se expressassem contra seu governo. Para haver esse controle foi criado o DIP, o Departamento de Imprensa e Propaganda, que tinha o objetivo de não deixar ocorrer manifestações que se opusessem ao governo e permitir propagandas pró-governo. O Estado Novo, através do DIP, censurava qualquer culto da malandragem, relacionado à vadiagem e ao não trabalho. Sambistas eram desestimuladas a escrever sambas deste gênero, muitas músicas tiveram suas letras negadas pela censura e até modificadas, como no caso do “Bonde de São Januário”, de Wilson Batista e Ataulfo Alves, que fazia apologia a boemia teve que ser regravado em 1940, onde o samba passou a exaltar o trabalhador.
Segundo o governo Vargas a censura era feita em nome de valores políticos, ideológicos, religiosos e morais, os representantes do regime justificavam a proibição ou valorização de produtos culturais. A cultura foi entendida como suporte da política e nessa perspectiva, cultura, política e propaganda se mesclaram.
O rádio, que passou por um processo de transformação, sendo visto como instrumento de formação cultural, onde através dele as notícias e informações chegavam a boa parte da população foi estimulado por Vargas. A partir de então surgiram as principais emissoras, como as redes Record, Tupi, Bandeirantes, Mayrink Veiga e Nacional.

Música “Bonde São Januário” após a censura Vargas
Letra original dizia: “O Bonde São Januário leva mais um sócio otário, sou eu que não vou trabalhar...”

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