A canção foi produzida para fazer uma homenagem a cidade fluminense,
mas também para criticar a ditadura militar que ocorria em 1969, ano em que a música
foi escrita. Gil ao ser libertado do quartel no Realengo, no qual passou
sessenta dias preso, retornou em uma quarta-feira de Cinzas ao seu povo e a sua
cidade e nesse clima de volta ele foi deixando seu “abraço” de uma maneira
especial ou irônica a todos aqueles que marcaram sua existência, assim nasceu a
canção Aquele Abraço. Na segunda estrofe da canção, o
principal signo é o do comunicador Chacrinha um dos homenageados por Gil em sua
música, pois sua atuação foi fundamental não só no período histórico, no qual a
música foi composta, como também pela função que o apresentador da Tv Tupi
desempenhava no país na época. No cenário político, Chacrinha ocupava um espaço
polêmico. Era taxado por segmentos de esquerda como alienado. Seu humor de duplo
sentido, por outro lado, também não agradava o governo militar e a direita conservadora.
Chacrinha foi o retrato do povo brasileiro.
A canção não só expressa a indignação de Gilberto Gil à
ditadura da época, como também claramente faz uma crítica à sociedade
brasileira. Gil por meio dos versos da música desenha uma imagem perfeita do
Rio de Janeiro e demonstra sua grande felicidade pela liberdade alcançada, após
ser encarcerado em uma prisão do Realengo
Aquele Abraço
O Rio de Janeiro continua lindo,
O Rio de Janeiro continua sendo,
O Rio de Janeiro, fevereiro e março,
Alô, alô, Realengo, aquele abraço.
Alô torcida do Flamengo, aquele abraço.
Chacrinha continua balançando a pança,
E buzinando a moça e comandando a massa,
E continua dando as ordens do terreiro.
Alô, alô, seu Chacrinha, velho guerreiro.
Alô, alô, Teresinha, Rio de Janeiro.
Alô, alô, seu Chacrinha, velho palhaço.
Alô, alô, Teresinha, aquele abraço.
Alô moça da favela, aquele abraço.
Todo mundo da Portela, aquele abraço.
Todo mês de fevereiro, aquele passo.
Alô Banda de Ipanema, aquele abraço.
Meu caminho pelo mundo, eu mesmo traço.
A Bahia já me deu régua e compasso.
Quem sabe de mim sou eu, aquele abraço.
Pra você que me esqueceu, aquele abraço.
Alô Rio de Janeiro, aquele abraço.
Ok, Mayara, essa música é bem conhecida. Poderia ter falado mais, como, por exemplo, do Chacrinha, da origem baiana, etc. Colocar a fonte da pesquisa.
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