domingo, 15 de junho de 2014

O Twitter como uma cultura virtual

Por: Arthur Loureiro, Jennifer Nunes e Maria Victória


A cultura virtual dos dias de hoje, exige uma maior interatividade e tudo parece estar presente no mesmo meio. Na rede social Twitter é possível encontrar pessoas para apenas conversar, notícias, obstáculos audiovisuais em um só lugar. É possível trocar códigos com outras pessoas de maneira rápida e direta, quando necessário. O usuário pode alterar a mensagem, apagá-la, mas é muito difícil que a mesma seja esquecida, pois alguém pode registrá-la e ficará no meio online para sempre. Existe uma enorme diversidade entre culturas, tudo está presente no meio. Cultura elitista e cultura popular. É criado um novo ambiente, tornando a virtualidade, nossa realidade.

A internet e o Twiter tem o mesmo padrão social/cultural que mantém todos os tipos de mensagens no mesmo sistema. Isso possibilita  a interação de diferentes formas de mensagens que acabam influenciando umas as outras através de uma troca de códigos. Do ponto de vista do usuário, essa reunião de mensagens no mesmo meio de comunicação diminui a distância entre as diversas formas de cultura dentro do mesmo ambiente virtual. Esse processo de comunicação acaba influenciando as cultura através dessa interatividade que ocorre na troca de mensagens trazendo consequências importantes para  os processos sociais.

Segundo Castells (1999, p. 397) "A inclusão da maioria das expressões culturais no sistema de comunicação integrado baseado na produção, distribuição e intercâmbio de sinais eletrônicos digitalizados tem conseqüências importantes para as formas e processos sociais."

O Twitter em si é uma ferramenta social que informa, entretém e serve para a divulgação de formas de expressão para pessoas de diferentes culturas através de imagens, vídeos ou mensagens de 140 caracteres. Podemos concluir que o que acontece no mundo real influencia e é influenciado pelo mundo virtual. Esse mundo virtual tem grande impacto na forma como as culturas se desenvolvem. A cultura acaba sofrendo influencia direta do mundo virtual ao ponto de tornar-se algo comum e pertencente a vida das pessoas.

Referências e bibliografia

CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999. v. 1.

FERGUSON, Philip. O que aconteceu com a sociedade de lazer? Disponível em: <http://www.ocomuneiro.com/nr15_02_philipferguson.html>. Acesso em: 14 de jun. de 2014. 

O Facebook e o comportamento da sociedade contemporânea

                                               Por: Luiz Alexandre Santos, Renata Guimarães e Sabrina Mouza

O Facebook foi criado em 2004 por Mark Zuckerburg, Dustin Moskovitz, Eduardo Saverin (brasileiro) e Chris Hughes, ex-alunos de Havard.
Hoje o Facebook faz 10 anos e deste tempo para cá muita coisa mudou na vida das pessoas devido a criação e crescimento de muitas redes sociais, e em especial o Facebook.
Cada vez mais as redes sociais estão presentes na vida das pessoas, para facilitar no modo de comunicação entre elas, e no cotidiano percebemos alteração no comportamento e modo de agir e pensar das pessoas.
O Facebook permite compartilhamento de fotos, vídeos, notícias, chat para conversa entre outras utilidades.
Socialmente falando o Facebook facilitou na formação de opinião, manifestação de ideias, e compartilhar isso com seus pequenos grupos ou até mesmo com o mundo.
O mundo hoje está interligado, cada vez mais as culturas estão sendo partilhadas, ou seja, unificadas, com isso se nota que as redes sociais tem contribuído de forma positiva para a vida humana no que se trata em facilidade de comunicação e informações instantâneas.
Porém existem também seus contras. A cada dia que se passa as pessoas se mantêm mais isoladas.
"Pela união social eles, os homens, se se completam uns pelos
outros para assegurar seu bem-estar e progredir. Por isso
tem necessidade uns dos outros, são feitos para viver em
                                               sociedade e não isolados" (O livro dos espíritos, Alan Kardec,
sem data)
Com isso se conclui que as pessoas devem estar atentas para que o Facebook ao invés de um meio para facilitar a unir as pessoas, a globalizar e socializar, não se torne um meio de isolamento da vida real, de nossas próprias culturas, e raízes.
É fato que as redes sociais estão presentes em nosso dia a dia, e o Facebook sem dúvida se destaca pela sua popularidade e crescimento incrível, segundos dados da própria empresa, atualmente o Facebook é a maior rede social do mundo, ultrapassando um bilhão de usuários no mundo. Sendo algo tão presente em nossas vidas, já não se pode negar sua influencia na sociedade, com o Facebook as pessoas criam uma rede de amigos e familiares além desse circulo cria-se também um perfil on-line que cada dia a mais passa ter valor tanto na vida virtual quanto na vida real.

O Facebook espalha sua influencia por todas as áreas da sociedade incluindo a política. Essa ferramenta vem contribuindo para construção e desconstrução de imagens e disseminação de ideias, já que até pouco tempo atrás a opinião pública era formada com base em informações geradas através de meios tradicionais de comunicação como o jornal, revista e televisão. No Brasil o Facebook é cada vez mais usado para a criação de grupos protestos contra o governo como, por exemplo, o grupo Anonymous, que através da rede social marcavam encontros, manifestações e publicações contra o governo, além de protestos que se iniciaram no Facebook como “O gigante acordou”. Percebe-se um crescente uso dessa ferramenta com teor político, através de publicações e compartilhamentos sobre governo e partidos o usuário acaba sofrendo grande influência hora de escolher seu representante.

O aspecto que mais sofre com o crescimento do Facebook é o campo das relações pessoais, principalmente porque essa rede social tem o objetivo de juntar amigos e familiares para facilitar a comunicação entre eles, porém é importante o uso responsável já que ela nos oferece um novo mundo de possibilidades, amizades e experiências de vidas. O importante nessa relação rede social e ser humano é entender que o contato virtual jamais deve substituir o contato real, as relações pessoais diretas.

Com base no pensamento de Castells todas as sociedades são caracterizadas por modelos de comunicação e não apenas informações e as sociedades de informação, têm assistido a ascensão de um novo modelo de comunicação. Um quarto modelo que se pode acrescentar aos três modelos anteriores. O quarto modelo comunicacional, que parece caracterizar as nossas sociedades contemporâneas, é formado pela capacidade de globalização comunicacional, com a integração dos meios de comunicação de massa e interpessoais e, consequentemente, pelo aumento da rede sob diferentes padrões de interação modelos de informação e entretenimento. Os nossos conteúdos, sejam eles notícias, informação ou entretenimento parecem ter mudado graças à presença de conteúdos fornecidos pelos próprios utilizadores do Facebook a e não apenas as empresas de comunicação em si, dando origem a diferentes modelos de informação para diferentes públicos. Os próprios usuários do Facebook são transmissores de informações, seja ela de qualquer segmento. O conteúdo é disseminado pela rede criando uma nova forma comunicacional do site. Vendo a essa novidade as mídias de massa trataram de se aliaram ao Facebook, onde lá promovem seu conteúdo através de suas páginas e assim direcionando o público para onde desejam.
Segundo Castells as mudanças da apropriação social do tempo, espaço e ética, se refletem na forma como são contadas as histórias e escritos. O modelo comunicacional desenvolvido nas sociedades de informação, onde o modelo de organização social predominante se ajusta na rede é apelidado de Comunicação em Rede. Este modelo não substitui os anteriores, tendendo antes a interligá-los, produzindo novos formatos de comunicação e permitindo novas formas de facilitar a capacitação comunicativa.
Nas sociedades de informação, onde a rede é um elemento central da organização, um novo modelo comunicacional tem vindo a tomar forma: um modelo caracterizado interpessoalidade, de um para muitos e de massa, que conecta públicos, participantes, utilizadores, empresas de difusão e editoras sob uma só matriz de rede mediática.
Pensando em comportamento cultural a rede social Facebook, de acordo com estudos, possui dentre os posts mais comuns realizados pelos usuários conteúdos centrados na rotina diária.
O site mudou o comportamento das pessoas, antes uma atitude somente realizada em função da rotina, agora passa a ser pensada em como pode ser publicada na rede, exemplo disso são as fotos das refeições que se tornaram prática corriqueira entres os usuários do Facebook.
Algo que antes Facebook ou até mesmo fora dele ganha outro significado ou apropriação, que caracteriza o novo sistema de comunicação, baseado na integração da rede digital de diversas maneiras de comunicação, é sua capacidade de inclusão e alcance de todas as expressões culturais. Do ponto de vista da sociedade, a comunicação eletrônica é comunicação. No entanto, não quer dizer que haja homogeneização das expressões culturais e domínio completo de códigos por alguns emissores centrais.


Referência Bibliográfica

CANCLINI, Néstor García. A cultura extraviada em suas definições.

CASTELLS, Manuel. A cultura da virtualidade real: A integração da comunicação

KARDEC, Alan. O livro dos espíritos

 

REDES SOCIAIS: COMUNICAÇÃO E MUDANÇA
Disponível em: http://dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/4046121/3.pdf
Acessado em: 05/06/2014


REDES SOCIAIS: COMUNICAÇÃO E MUDANÇA
Disponível em: http://janusonline.pt/popups2011_2012/2011_2012_1_13.pdf
Acessado em: 05/06/2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ
Disponível em: <http://www.unifei.edu.br>
Acessado em: 14/06/2014
FOLHA POLÍTICA
Disponível em: <http://folhapolitica.jusbrasil.com.br>
Acessado em: 14/06/2014
BOL NOTÍCIAS
Disponível em: <http://noticias.bol.uol.com.br>
Acessado em: 14/06/2014
UOL TECNOLOGIA
Disponível em: <http://tecnologia.uol.com.br>
Acessado em: 14/06/2014




Twitter e a cultura da virtualidade real

Por: Ellen Alves e Thamires Lopes
(Imagem da Internet)

Baseado no conceito da cultura de virtualidade real, que caracteriza “o novo sistema de comunicação” (CASTELLS, s/d, p.388), fundamentado na integração em “rede digitalizada de múltiplos modos de comunicação”, com capacidade de inclusão e abrangência de todas as expressões culturais, utilizamos a rede social do twitter a fim de traçar um paralelo entre o conceito e prática atual.

Desde a década de 90, a comunicação eletrônica vem sendo formada, e com esse crescimento vertiginoso chegamos aos anos 2000 com avanços tecnológicos, tendo como principal expoente desse crescimento a internet. A partir dessas evoluções, assistimos as mudanças no comportamento das pessoas, sejam em cunho pessoal ou profissional (CASTELLS, s/d, A cultura da virtualidade real – A sociedade Interativa).

Com grande potencial de interação, podemos considerar o twitter uma rede multimídia mundial, que se estende para todo o domínio de vida. Através dos 140 caracteres é possível se informar e informar acontecimentos para todo mundo. Ela pode ser usada tanto para comunicação doméstica e pessoal quanto profissional e empresarial. Um meio rápido e eficiente para que a comunicação aconteça entre os grupos que estão participando da mesma. (BARBOSA, Rafael, em artigo sobre a importância do twitter, A importância do twitter como meio de comunicação).
 
No entanto, mesmo com tamanha abrangência, não quer dizer que haja homogeneização das expressões culturais ou da forma de comunicação nessa rede. Entendemos essa afirmação de Castells,  por meio dos Trending Tropics  que é a lista dos assuntos mais falados naquele momento pelos usuários do twitter. O que caracteriza tal diversificação é que países e algumas cidades do mundo possuem sua própria lista de assuntos mais relevantes.

Através dessas afirmações citamos que as redes socias já viraram parte da cultura de todo o mundo e dentro dela as culturas de cada etnia se produz e reproduz dentro de grupos diferentes, e as mesmas são compartilhadas mundialmente.

Em a Cultura Extraviada CANCLINI (s/d, p. 43), diz que:

Mas o que tratamos de ver atualmente, dado que as condições d produção, circulação e consumo da cultura não ocorrem numa só sociedade, é como se reelabora interculturalmente o sentido. Não só dentro de uma etnia, nem sequer dentro de uma nação, mas em circuitos globais superando fronteiras, tornando porosas as barreiras nacionais ou étnicas e fazendo com que cada grupo possa abastecer-se de repertórios culturais diferentes.

Com isso, podemos concluir que a virtualidade de hoje faz parte do cotidiano e da cultura da população mundial. As pessoas passaram a viver a virtualidade tão intensamente que tudo que acontece no mundo real, torna-se notícia, moda ou causa grandes comentários e impacto no mundo virtual, que com o crescimento e os avanços durante os anos, se tornou indispensável em todo mundo, mesmo com diferenças culturais, interesses e assuntos distintos. 

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Cálice - André Oliveira

“Cálice” uma das músicas mais panfletárias do Chico Buarque, somando-se o fato dele ter como parceiro a genialidade do Gil, fizeram uma grande obra. A análise é extensa por conta de que todos os versos vêm imbuídos de metáforas usadas para contar o drama da tortura no Brasil no período da ditadura militar.





Chico Buarque era um dos artistas que retornava de seu auto-exílio em Roma. A opção por retirar-se do Brasil se deu por uma precaução – outros que tentaram utilizar da música como protesto, como Caetano e Gil, foram presos e exilados a força. Quando foi convidado, após o retorno, para participar de um festival, o festival PHONO 73 que reuniu nomes de peso da música popular brasileira como Elis Regina, Vinicius de Morais, Toquinho, Jorge Ben Jor, Caetano Veloso, Gal Costa , Maria Bethânia, Raul Seixas. Chico Buarque, Gilberto Gil, dentre tantos outros. Os organizadores tinham consciência do peso que representavam algumas canções de protesto de Chico, que era constantemente barrado pela censura. Para evitar atritos os organizadores do evento, juntamente com os órgãos de censura proibiram a apresentação de uma série de músicas.


Sobre os versos da música


"Pai, afasta de mim esse cálice"
Sintetiza uma súplica por algo que se deseja ver à distância. Boa parte da música faz uma analogia entre a Paixão de Cristo e o sofrimento vivido pela população aterrorizada com o regime autoritário. O refrão faz uma alusão à agonia de Jesus no calvário, mas a ambiguidade da palavra “cálice” em relação ao imperativo “cale-se”, remete à atuação da censura.

"De vinho tinto de sangue"
O “cálice” é um objeto que contém algo em seu interior. Na Bíblia esse conteúdo é o sangue de Cristo, na música é o sangue derramado pelas vítimas da repressão e torturas.

"Como beber dessa bebida amarga"
A metáfora do verso remete à dificuldade de aceitar um quadro social em que as pessoas eram subjugadas de forma desumana.

"Tragar a dor, engolir a labuta"
Significa a imposição de ter que aguentar a dor e aceitá-la como algo banal e corriqueiro. “Engolir a labuta” significa ter que aceitar uma condição de trabalho subumana de forma natural e passiva.



Cálice - Chico Buarque


Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

De muito gorda a porca já não anda
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito, resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
Me embriagar até que alguém me esqueça


Referência bibliográficas
https://historiativanet.wordpress.com/tag/analise-musica-calice-chico-buarque/
http://letras.mus.br/chico-buarque/45121/
http://dialogolinguistico.blogspot.com.br/2010/05/analise-da-musica-calice.html

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Musica : Coqueiro Verde ( Erasmo Carlos ) - Por Amanda Bispo



Foi uma das músicas que mais fez sucesso na da década de 70, “Coqueiro Verde”, de Erasmo Carlos. É uma música divertida, feita como uma crônica daquele tempo e que tem uma levada totalmente atemporal .







Em frente ao coqueiro verde
Esperei uma eternidade
Já fumei um cigarro e meio
E Narinha não veio
Como diz Leila Diniz
O homem tem que ser durão
Se ela não chegar agora
Não precisa chegar
Pois eu vou me embora
Vou ler o meu Pasquim
Se ela chega e não me vê
Sai correndo atrás de mim

  Fala sobre uma revolta com o tempo, uma espera por algo melhor, a esperança de dias melhores . A musica foi um desabafo de um momento angustia de um homem sofredor

sábado, 24 de maio de 2014


À Palo Seco 
Belchior
                                                                                                                      
                                                                                                                            Renata Guimarães






Letra:

À Palo Seco


Se você vier me perguntar por onde andei
No tempo em que você sonhava.
De olhos abertos, lhe direi:
– Amigo, eu me desesperava.
Sei que, assim falando, pensas
Que esse desespero é moda em 73.
Mas ando mesmo descontente.
Desesperadamente eu grito em português:
2x (bis)
- Tenho vinte e cinco anos de sonho e
De sangue e de América do Sul.
Por força deste destino,
Um tango argentino
Me vai bem melhor que um blues.
Sei, que assim falando, pensas
Que esse desespero é moda em 73.
E eu quero é que esse canto torto,
Feito faca, corte a carne de vocês.
(2x)

Analisando a música:

À palo seco foi um termo usado para aqueles que agiam de forma repressiva, buscavam reprimir o florescimento da cultura nordestina, a criatividade brasileira.
Esse termo surgiu como voz ativa contra a formatação e reforma que cada vez eram explícitos nos Festivais Culturais de Poesia e Música Popular nos tempos da ditadura.
Inspirado no poesia de João Cabral de Melo Neto, Belchior gravou em 1974 o disco "À palo seco" que também traz uma canção com o mesmo nome. 

A letra da música, traz a nós um pouco da vivência das ditaduras que vão se espalhando pelo território sul-americano, sendo algumas delas (até mesmo a brasileira) patrocinada pelos EUA de certa forma a afastar o perigo eminente do socialismo, tendo visto que a ditadura mantinha a ordem no país! A música trata de uma rapaz jovem que em um ato de rebeldia, prefere manter suas raízes.
Ainda nesta música, Belchior responde a uma crítica do cantor baiano Raul Seixas e seu parceiro Paulo Coelho, que o chama de “latino americano que não tem cheiro nem sabor” na música “Eu também vou reclamar”. Enquanto Raul sonhava com um mundo alternativo, Belchior viviam a realidade de uma ditadura militar; enquanto Raul se inspirava em artistas norte-ameticanos como Bob Dylan e Elvis, Belchior preferia se inspirar em uma realidade latina, como no trecho “Um tango argentino me vai bem melhor que um blues”.

À palo seco ainda foi regravada por nomes como Oswaldo Montenegro e as bandas Los Hermanos e Cidade negra.







Todos Os Olhos (Tom Zé) - Por Ellen Alves



Num país oprimido pela ditadura militar vigente na época, cantores e compositores como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Belchior e Tom Zé “abusavam” de seu talento para driblar vigilância dos órgãos de censura. Com o intuito de expor a insatisfação que boa parte da população, e principalmente, a juventude, que nas palavras de Tom Zé no vídeo abaixo da música Todos os Olhos, estava excitadíssima com a tropicália, os artistas da época compunham músicas com teor contestador que passavam com certa facilidade pela censura


Além da música contestadora, o álbum homônimo, tinha uma capa considerada subversiva para época. A controversa capa do disco foi uma ideia irreverente, do então amigo de Tom Zé, Décio Pignatari. Em plena ditadura este sugere pregar uma peça nos censores, fotografando algo que parecia ser um “outro olho”, mas na verdade era apenas uma bola de gude no ânus de uma modelo.

                                   Todos os Olhos - Tom Zé 

De vez em quando
todos os olhos se voltam pra mim,
de lá de dentro da escuridão,
esperando e querendo
que eu seja um herói.

Mas eu sou inocente,
eu sou inocente,
eu sou inocente.

De vez em quando
todos os olhos se voltam pra mim,
de lá do fundo da escuridão
esperando e querendo
que eu saiba.

Mas eu não sei de nada,
eu não sei de ná,
eu não sei de ná.

De vez em quando
todos os olhos se voltam pra mim,
de lá do fundo da escuridão
esperando que eu seja um deus
querendo apanhar, querendo que eu bata,
querendo que eu seja um Deus.

Mas eu não tenho chicote,
eu não tenho chicote,
eu não tenho chicó.

Mas eu sou até fraco,
eu sou até fraco,
eu sou até fraco.




Fontes bibliográficas:    Wikipédia e Vagalume